segunda-feira, 17 de maio de 2010

20 anos.


Completei 20 anos e percebi que algumas coisas crescem e diminuem em proporção as velas do bolo.
Uma delas, é o próprio bolo. Este fica a cada ano menor, até desaparecer durante alguns anos, ou décadas. Aí de repete, você se vê frente a um bolão de 80 velas, recheado de cenoura, de laranja, não mais de chocolate. E repleto de netos e bisnetos no lugar de brigadeiros e salgadinhos.
De repente os convidados mudam, diminuem, aumentam. Isso é relativo ao que você plantou durante a vida.
Mas os amigos não crescem e nem diminuem em números. Estes permanecem. E estão lá para representar alguns anos que passaram, as velas que foram assopradas antes, e as vezes, até alguns outros amigos que já partiram.
No dia do seu aniversário, você percebe que sua cama não está mais cheia de presentes. Que lá existe um livro, um caderno, e algumas apostilas. Você ver que não tem pacotes pra desembrulhar, e sim, obrigações a cumprir.
Que aquela que "o dia é só teu", não existe mais. Que você é obrigado a tá disposto no outro dia. Que pessoas esperam coisas de você, mesmo que o dia fosse pra ser "só teu". Que a semana do seu aniversário, não é mais tão empolgante. E o seu nome não está no mural da classe com vários balões e cores ao redor.
Você não apaga as tais velas, você apaga um cigarro, e não bebe coca-cola e nem fanta, toma um xícara de café.
Fazer 20 anos é lembrar de duas décadas felizes e de muito ter feito, e pensar no que poderia ter feito se tivesse uma segunda chance, ou pior, no que poderia não ter feito.
É pensar que dos 15 pros 20 foi um pulo. E a tendência é o tempo encurtar, e os anos ganharem cada vez mais força, e as unidades da década voarem a cada movimento do ponteiro do relógio.
É deitar a cabeça no travesseiro, depois de meia noite, sem ter estourado o balão que cai doces e brinquedinhos leves e coloridos, e sem aquele tumulto na hora da entrega da lembrancinha.
É não ver sua mãe e os demais arrumando a bagunça do dia seguinte. É acordar no outro dia com 20 anos e ver tanta coisa mudar e mesmo assim, continuar tudo sempre tão igual.

17/05 - 23:37 pm

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Quantos recomeços a vida da gente tem? A cada viagem, a cada início de ano, a cada decepcção, a cada novidade, a cada fim de romance... Tudo é um motivo pra nos iludirmos com o famoso "recomeçar".
Sendo que tudo segue um ritmo que não temos a capacidade de interferir.
Nosso papel no mundo e na vida é, e somente é, o de assistir e sermos protagonistas. Mas a história em si já está lá, escrita. E não me venha me chamar de passiva, ou dizer que sou cristã, ou que acredito em destino, nos astros ou em qualquer coisa que possam ter inventado pra responder as questões sobre existência.
Eu apenas cansei de tentar e não conseguir controlar as sensações e a minha própria vida, sendo que ela escapa voando das minhas próprias mãos, sendo minha, só minha e tão alheia. Como pode?

Deixa ela ir aí, um dia ela cansa e acaba!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010



Comunicação e Qualidade de Formação - vem guarnicê tu também!



O Encontro Regional de Estudantes em Comunicação (ERECOM), que agrega estudantes do Piauí, Ceará, Maranhão e alguns estados do Norte do País, vai ser realizado no período de 30 de março a 04 de abril, em São Luís, capital do Maranhão.

Bom, eu acredito que o evento além de enriquecer culturamente os futuros jornalistas, e abranger temas atuais e importantes que envolvem a profissão, é uma oportunidade de unir os estudantes de comunicação social de diversos estados vizinhos, e aproveitar para unir mais os próprios estudantes de um mesmo estado, deixando de lado o preconceito com as faculdades particulares, e outras diferenças dentro do curso.

Quer se inscrever?
Procure o responsável pela delegação do seu estado no blog do evento.
http://erecomma.blogspot.com/

Vídeo do evento:
http://www.youtube.com/watch?v=IQS-NCp9Vek&feature=player_embedded

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010


"Seria de novo o-que-dá-conselhos, o-que ampara, o-que-tem-mãos-para-todo-mundo? E seria possível voltar a um estágio anterior, já disperso em inúmeras passagens através de outros e outros estágios? Pois se já experimentara a maldade, a devassidão, a frieza, o cálculo, o vício, o cinismo, a agressão e experimentara não como formas de ser, nem como opções. Experimentá-los tinha sido simplesmente ser o que o caminho exigia que se fosse, não desvios, nem atalhos. Agora já não havia marcas, as marcas onde estavam?" [Caio Fernando Abreu]

Eu leio caio e caio, desabo!

Será que você compreende?
Tão bom seria se sim.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

"Mas eu não quero me encontrar com gente louca - observou Alice.
Oh, não podes evitá-lo - disse o gato - nós aqui somos todos loucos.
Eu sou louco. Tu és louca.
Como é que sabes que eu sou louca? - perguntou Alice.
Deves ser - disse o gato. Senão, não terias vindo aqui".
Acordo e me deparo com rebolation tion, e eu e todos sabem que o carnaval já acabou. O Big Brother faz com que o "Oi, como vai?!" se transforme em "Quem está no paredão?" ou "Quem é o líder?" Os toques de celular que escuto na faculdade ou mesmo nas ruas são todos de uma tal de uma mulher de caráter duvidoso, numa bicicleta, com a mão cobrindo a calcinha.
Se eu não estivesse ainda no final da segunda década de minha vida, eu já teria desistido de viver.
Por falar em desistir de algo, uma linda decepção me deixa sem vontade de passar pela catraca da faculdade.
Até mesmo os professores relembram e deixam claro que o jornalismo virou uma máquina de modelagem cerebral da sociedade. É um conformismo, que me espanta saber que os jornalistas antes mesmo da formação sabem disso e nada é feito para que ao invés de criar uma realidade, apenas a mostre claramente para o público. E aí eu penso que se eu não estivesse ainda no terceiro período, eu já teria desistido da comunicação social.
Além disso, alguns dos nossos futuros jornalistas estão folheando "Caprichos" cor de rosa, com foto de adolescentes maquiados e "photoshopados" na capa. Isso tudo em meio a mudanças climáticas, a eleições dos nossos amados e odiados deputados, senadores, governadores e presidente. O papo é sobre o show do "Forró do Muído", enquanto existem terremotos destruindo países e matando milhares de pessoas, e não precisando ir tão longe, eu vejo longnecks sendo atiradas de madrugada e se transformarem em dezenas de caquinhos ou no ônibus pessoas arremessando papéis nas ruas que estarão debaixo d'água quando a chuva cair lindamente e ferozmente sobre nossa cidade mal estruturada para os muitos dilúvios de verão anuais.
Se eu não tivesse... err... Em meio a esses desgostos, nem os meus quase 20 anos me anima.

Qualquer semelhança com alguém que você conheça, é mera coincidência. (:

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Os sentimentos estão dançando, confusos, medrosos, felizes e excitantes. Cada dia com uma cor nova, uma dança diferente, num baile de músicas diversas, acompanhados por pensamentos loucos, soltos e espalhados.
A saudade tem cor de sorriso, tem cor de mar, de praça, de pizza, de pele. E ela já me acompanha como uma sombra, até a sombra sente viva a tal saudade. Acende um cigarro, lembra das palavras e se arrepende. Lembranças. A lembrança tem uma cor forte, viva, que brilha, e acompanha a saudade. O sorriso? Esse tem cor de saudade, já foi dito. A lágrima teima em descer, e a lembrança teima em segurá-la, com toda a sua ausência de cor, ela fica estática, não desce, não vira gota. Permanece como um brilho nos olhos, olhos que sentem mais que o velho coração fragilizado. Coração? Bom, pule essa parte...